31 de ago. de 2010

FX2 – DISSE Não DISSE.





Autor: Francoorp
Respostas pessoais a algumas questões que fizeram polêmica em alguns sítios e Blogs de defesa pela internet brasileira.
Segundo alguns as declarações do Général de Brigade Aérienne Alain Silvy declarou que o Rafale é cheio de problemas, segundo outros ele nada disse contra o Rafale… vamos ver qual seria o ponto de vista estrito às palavras do Alto Oficial de l’ Armée De l’Air.
Vou colocar aqueles que no meu ponto de vista sejam os pontos mais importantes da entrevista do Gen. Silvy, e são sem dúvida os pontos que mais geraram polêmica.
A entrevista em francês, através de pagamento virtual ou compra material da revista, pode ser vista no link:http://www.dsi-presse.com/?p=2010
A mesma entrevista traduzida em inglês pode ser vista no link:
A mesma entrevista traduzida para o Português pelo senhor Vader pode se vista no Link:
Vamos aos pontos quentes :
Questão 1 : E sobre a exigência dos EAU de ter um radar RBE2 mais poderoso, poderia isso responder a alguma expectativa para a Força Aérea?
GDA Alain Silvy: “A Força Aérea está interessada … na poderosa antena AESA que irá equipar nosso Rafale Tranche 4. O que os Emirados estão pedindo é muito mais complexo: eles querem, além da AESA, ter novas funcionalidades no seu Rafale, como GMTT/GMTI (detecção e rastreamento de alvos móveis em terra), o entrelaçamento entre os modos ar/ar e ar/terra, etc. Mesmo que isso não seja para nós uma necessidade urgente, … a exigência fundamental dos Emirados é sobre o alcance do RBE2. E, com o mesmo diâmetro de antena, a única forma de conseguir o aumento de 10% de alcance (em comparação com o roteiro básico do AESA “F3″) pretendido pelos Emirados seria um grande impulso na potência do radar.”

Não vejo problema algum! Os Emirados querem um AESA diferente do que o RAfale tem, isso não quer dizer que o do Rafale seja um lixo, mas eles querem algo parecido com o AN/APG-80 radar AESA da Northrop Grummam, coisa que é diferente do da Thales, mas repito que isso não quer dizer que o AESA da THALES seja o pior ja construído no mundo ou até mesmo o mais fraco , quem fala isso está é desinformando, e veremos mais a frente que é uma questão de doutrina dos EAU…
Quanto ao GMTT/GMTI, pode-se montar este equipamento se assim se quiser, e o General mesmo diz que a razão pela qual o Rafale não possui este sistema é: ” isso não seja para nós uma necessidade urgente”… então não era um equipamento importante para a doutrina da AdA… e o GripenNG também não terá este sistema GMTT/GMTI, pois assim como o Rafale utilizará o AESA de bordo para fazer o rastreamento no solo, coisa que os EAU não querem, eles querem um radar AESA e um GMTT/GMTI, cada um para fazer uma parte do rastreamento, AESA-AR, GMTT/GMTI-Terra!
O Gen não disse em momento algum que estes são defeitos do Rafale, basta ler, está ai na frete de todos!!
Questão 2: “Mas mais poder ao RBE2, poderia ser um risco para a geração de graves interferências eletromagnéticas (EMI) com os receptores da SPECTRA?
GDA Alain Silvy: Há de fato um risco muito real de EMIs a lidar. Este é o caso, sempre que queremos mudar os sistemas de emissão de aeronaves. Existem soluções, obviamente, mas isso exigirá o reexame da SPECTRA. Mas o maior problema que nós identificamos é na geração elétrica, que pode ser insuficiente. Para aumentar o intervalo máximo de algumas milhas náuticas, teríamos que rever profundamente todo sistema de geração elétrica da aeronave.
Em suma, para conceber o que poderia ser um “Rafale-9”, ou seja, um novo avião a afastar-se da semelhança que é de se desejar com o Rafale francês.”
Certamente se você modificar o sistema elétrico de bordo você alterará o EMI’s da máquina… isso é normal, em todos os modelos ou variantes dos F-16 ou F-15 foi necessário modificar e rever profundamente o sistema elétrico da aeronave. O que é preferível para o F-16A não é aceitável para o F-16F, e o que se faz eletricamente neste não vai bem para o F-16 Block 60, e deste para o F-16I quase nada pode ser aceitado com relação ao sistema de geração elétrico e seus derivados EMI’s, e se assim o fizer naturalmente que estes EMI’s não calculados para o modelo F-16I causarão problemas nos componentes de bordo do mesmo… assim como pode acontecer com o Spectra no Rafale caso não seja revisto o sistema elétrico para poder realizar as modificações pretendidas pelos clientes dos EAU, mas isso é até mesmo obvio e todos sabem… E até mesmo do Gripen C/D para o Gripen NG deverão ser refeitos estes sistemas elétricos e a recalcular a influência desta mudança, os EMI’s, nos componentes de bordo, como o radar AESA da SELEX,FLIR, etc…
Novamente o Gen. não disse que era um defeito, mas que para se fazer as modificações desejadas pelos clientes deverão sim ocorrer mudanças no sistema elétrico da aeronave, pois os derivados desta mudança podem influir diretamente no resultado dos componentes de bordo…e ele ainda fala textualmente do Spectra:”A SPECTRA atual está funcionando bem e muito bem mesmo.”
Questão 3: “GDA Alain Silvy: Os peritos dos Emirados que participam nas negociações estão bem cientes do problema. Mas eles (os Rafale) também são usados por terem sistemas de armas de alta qualidade. Eles querem evitar qualquer regressão com o Rafale, pelo menos no alcance do radar, em relação ao F-16 Block 60, t… Os Emirados não tem AWACS e, portanto, querem – é uma exigência fundamental – que o Rafale possa “enxergar” muito longe. Além do radar, eles estão mostrando requisitos relativamente fortes em relação ao desenvolvimento da SPECTRA como, por exemplo, a expansão de algumas bandas de frequência, um aumento da sensibilidade, a adição de funcionalidades, em suma, eles querem que nós melhoremos as tecnologias atuais. Claro que melhorar a suíte de guerra eletrônica de nosso Rafale mais rápido que o inicialmente previsto poderia ser uma vantagem operacional adicional para a Força Aérea. …. Em suma, o que nos separa, sobre o SPECTRA, é uma questão de timing e calendário [...]. De um modo mais geral, partilhamos os mesmos desejos sobre capacidades, mas, às vezes, com prazos de maturidade muito diferentes no calendário. As restrições orçamentárias continuam a ser um fator de dimensionamento.”

Os peritos estão cientes do problema de integração das modificações exigidas pelos EAU, isso não diz que as atuais tecnologias do Rafale sejam um problema… Como já dito antes, em todas as modificações geram problemas derivados(efeitos colaterais), e estes vão resolvidos com o trabalho, o calculo e o tempo necessários, foi assim com todas as aeronaves do mundo que sofreram mudanças, nada de mais até aqui.
Na segunda parte do parágrafo é que voltaremos ao ponto dos AESA da Thales, e o porque os Emirados Arabes Unidos querem algo de diferente.
Os EAU vêm demonstrado que o alcance do radar Northrop Grumman AN/APG-80 radar AESA é maior que o do Rafale, mas se é assim também o é em relação ao do GripenNG e de outros que competem no FX2, F-18 incluso… Este AESA da Grumman por sua vez é uma modificação em relação ao “normal” pois os USA utilizam o AWACS, e não precisão deste alcance todo nas aeronaves de combate.
Isso pode ser visto muito bem aqui neste link: http://www.defenseindustrydaily.com/the-uaes-f-16-block-60-desert-falcon-fleet-04538/ onde diz que nem a USAF utiliza este radar, mas utiliza os AN/APG-68v9s com alcance inferios e menor indice de componentes eletronicos.
O AN/APG-80 é feito sob encomenda somente para os EAU, tudo isso pra tampar buraco na defesa dos EAU! E agora querem a mesma coisa do AESA THALES do Rafale, uma modificação realizada a DOC que aumente o alcance do radar!
E para os EAU que não tem uma aeronave AWACS esta é considerada uma “regressão”, pois pra eles é importante sempre aumentar o alcance do radar dos caças para compensar a deficiência tática de não ter um AWACS, e por isso que desejam como o pròprio Gen. Silvy disse: “querem – é uma exigência fundamental – que o Rafale possa “enxergar” muito longe”.
Não vejo isto como um problema do AESA do Rafale, certamente eles querem algo que tenha maior alcance, mas isso não quer dizer que o alcance do atual AESA THALES seja ruim… muito pelo contrário, demonstra que este AESA da THALES está em ótimo estado se você o utiliza em conjunto com os AWACS e outros, como a maioria das forças aéreas do mundo fazem e até mesmo o nosso Brasil, que possui os EMB 145 AEW&C, EMB 145 MULTI INTEL e os EMB 145 MP, mas se for pra tampar buracos de defesa aérea, vai ter que ser modificado mesmo o tal radar AESA THALES, assim como foi com o Northrop Grumman AN/APG-80 radar AESA.
E como vimos anteriormente onde o Gen. Silvy diz que “A SPECTRA atual está funcionando bem e muito bem mesmo.”, vemos que os EAU querem sim uma modificação do Spectra, para mais uma vez tampar buracos no sistema de alerta antecipado da defesa aérea do país, coisa pela qual o Spectra não foi projetado!
E para o Gen. Silvy, o que separa as pretensões dos EAU e as da França é uma questão de :” de timing e calendário”, ou seja as modificações que eles desejam podem ser todas realizadas, dependendo do tempo que eles estão dispostos a esperar. Tudo leva tempo!
E o Gripen NG e nem o F-18 SH, possuirão Spectra algum, seja o normal que o modificado!
Questão 4: “Os Emirados querem um visor HMD…
GDA Alain Silvy: “É verdade. E nós o faremos, de uma maneira ou de outra. Por várias razões nós concordamos no passado em não usá-lo inicialmente, mas este equipamento é agora um elemento quase indispensável para aviões de combate modernos. Além disso vários interessados no Rafale – os Emirados Árabes Unidos, o Brasil e a Suíça – também o querem, o que confirma esta análise.”

Precisa falar algo?? Ele mesmo diz o porque do Rafale não possuir o HMD:”nós concordamos no passado em não usá-lo inicialmente”…. e ainda diz que “será feito de uma maneira ou de outra”, ou seja, basta ter o pedido que será feito!
Num tem mistério nenhum aqui, e isso novamente nào demonstra defeito do Rafale, pois os nosso virão com o HMD se quisermos!
Questão 5: “No final, o que acontece com a eventualidade de uma ordem do Rafale pelos EAU?
GDA Alain Silvy: Muito sinceramente, do meu ponto de vista, … A única questão pertinente que se coloca é saber se a vontade de similaridade expressa pelos Emirados irá prevalecer sobre os seus requisitos de desempenho. Se o desempenho é o que importa, na verdade nós vamos ter dois Rafales completamente diferentes – … porque o Estado francês não pode ou não quer segui-los. Se a comunalidade é fundamental, os Emirados terão de reduzir suas ambições em relação ao desempenho.”
“Vamos ter dois Rafale completamente diferentes”… isso não quer dizer que o que já existe seja uma “jaca”, mas somente que o numero de modificações requeridas pelos EAU para suprir suas deficiências em outras áreas de defesa aérea, acabarão por gerar um outro Rafale, assim como o F-18A e o F-18 Super Hornet, ou o SU-27 e o SU-35!
E o Gen. Silvy já disse que algumas destas modificações não serão possíveis, e pelo que eu entendi, não é uma questão de Rafale não, é uma questão de que seria necessária uma outra aeronave mesmo para cumprir certos aspectos das modificações desejadas.
Normalìssimo, pois se fosse sempre possível modificar uma aeronave em eterno para se ter algo de “melhor”, estaríamos ainda utilizando os ME.262 modificados e modernizados, com tanto de AESA e Spectra… mas existem limites para modificações EM TODAS AS AERONAVES EXISTENTES, até os F-16, F-15, Su-27(agora estamos nos Su-35) etc… e imagina o GripenNG sendo pequeno como é, onde vão as novas características e modificações??? Teria que se fazer um avião novo logo de cara! Creio que a FAB deveria pensar neste aspecto com muita atenção, pois pelo que vejo somente o Rafale e o F-18 SH possuem capacidade de desenvolvimento elevadas.
Questão 6: “Quanto tempo seria necessário para o desenvolvimento adicional exigido pelos EAU?
GDA Alain Silvy: É difícil responder … A primeira aeronave dos EAU não seria entregue antes de 2014. Este período deverá ser suficiente para terminar de desenvolver um M-88 de 9 toneladas de empuxo. Sobre o radar, nós provavelmente não teríamos ainda, em 2014, todas as capacidades e desempenho esperado, …. O problema da geração de energia elétrica também requer tempo para ser processado. Esta será uma operação pesada para a aeronave. No caso de uma ordem assinada este ano, ainda teríamos, portanto, alguns anos para desenvolver os recursos adicionais. Esses anos não devem ser desperdiçados.”
Ele já deu até uma data: 2014 como mínimo… rápido demais até !

Sobre o M-88 o Gen. Silvy parece não saber, ou esta desinformando coisa normal em questão militares, que existem já dois modelos de desenvolvimento adicional para os M-88 da SAFRAN/SNECMA, ele fala que pode ter uma nova evolução dentro das vontades do cliente, e diz que será difícil agradar aos EAU, mas o General parece não saber que já existem duas evoluções muito parecidas com as especificações que os EAU desejam, as famosas 9.000 Kg.
Um deles é o modelo M-88-2 tem um empuxo de 17. 000 lbs (7711 Kg-7,7 Ton), e o outro modelo chama-se M-88E (E=ECO), que tem um empuxo de 20.000Lbs (9071Kg-9,07 Ton)… ambas estão no sitio oficial da Snecma : http://www.snecma.com/IMG/pdf/M88-2_ang-2.pdf , aqui pode-se ver claramente que algo de estranho o Gen está falando… como descrito antes pode estar despistando informações, coisa muito corriqueira em assuntos militares.
E ele ainda diz que vai precisar de tempo para todas as modificações e PROBLEMAS DERIVADOS destas modificações… Normal, tudo precisa de tempo mesmo, e se realmente acabar até 2014 será muito eficiente da parte dos franceses, depende se for realizar um novo modelo de turbina creio que 4 anos não bastam, mas se for utilizar um dos modelos acima descritos 4 anos podem ser razoáveis… para a Turbina se entende.
As demais modificações creio que realmente podem ser completadas em 4 anos.
Questão 7: “E sobre o Mirage 2000-9 dos EAU?
GDA Alain Silvy: As autoridades francesas têm sido muito claras sobre este assunto. Uma vez que o Rafale seja encomendado pelos Emirados Árabes Unidos, o Mirage 2000-9 será levado de volta à França, que irá enviá-los para uma agência de revogação encarregada de sua revenda para exportação. Isto significa que, nessa hipótese, não está previsto que equipem as Forças Armadas francesas.”

Certamente que os Franceses não querem os Mirage 2000 dos EAU, pois o Rafale existe para substituir toda a frota aérea do país, pouco importa se é Mirage 2000, III ou F1, todos estão sendo substituídos pelos Rafale F1, F2 e F3, e depois os F1 e F2 serão elevados ao padrão dos F3. Normal!
Não entendi o que se quer demonstrar de problema nesta parte aqui… será que nem a França quer os produtos franceses??? Seria o cumulo da manipulação da informação esta proposição interrogativa…
Questão 8: “Mas não seria interessante para o AdA, dado que estes últimos (Mirage 2000-9) são células com avançados sistemas de armas?
GDA Alain Silvy: Nós não podemos dizer que não sentimos nenhum interesse nestas máquinas, pois seu desempenho apresenta sistema de armas realmente surpreendentes. A Força Aérea poderia certamente se beneficiar. Entretanto, o indispensável trabalho para a compatibilidade com o padrão OTAN destes sistemas de armas seria muito pesado, com um custo provavelmente superior aos 700 milhões de euros previstos para a renovação dos nossos Mirage 2000D, o que é uma prioridade para nós.”
Novamente coligado à nova doutrina da AdA, que diz que todos serão substituídos pelos Rafales, e não seria uma boa idéia mudar ou modificar nada nesta aeronaves pois custara muita grana, e esta grana vai para os Rafale da Ada, ou no mínimo para os 2000D… os Mirage como dito anteriormente serão “exportados”, e creio que seria uma ótima idéia observar estes vetores tão avançados em seus sistemas aviônicos… ao meu ver seria interessante para a FAB analisar esta “exportação” dos Mirage 2000-9 dos Emirados Árabes Unidos.
Bem, acho que ficou claro que o Gen. Silvy não falou e não disse nada de defeitos no Rafale… mas existem interpretações pessoais ou lobbystas diferentes, mas combater a escuridão com a escuridão não da em nada, tem ser com a luz do pensamento livre que se combate a escuridão do doutrinamento!
Opiniões contrárias também têm o seu valor!
Mas parece que pessoas querem ver problemas onde não existem... O Rafale ainda é a melhor opção para a FAB e para a indústria Brasileira, segundo o meu ponto de vista.














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Francoorp.