2 de fev. de 2011

O SUBMARINO NUCLEAR BRASILEIRO- Parte 3de3. Final.



Ultima Parte desta excelente matéria sobre o nosso submarino Nuclear, foi uma honra conhecer e divulgar o trabalho do Capitão de Mar e Guerra reformado SÉRGIO LIMA YPIRANGA DOS GUARANYS



Um verdadeiro Professor da guerra naval e Submarina., Obrigado pelas explicações detalhadas e precisas!!!
Espero que alguém do nível decisório do país encontre esta série de textos, a leia reflita sobre estas palavras do Capitão, compreendendo o quão importante são a nossa Marinha e as nossas forças armadas em geral, tudo isso para a defesa dos interesses e do território da nação brasileira.

Vai o texto:

Autor: SÉRGIO LIMA YPIRANGA DOS GUARANYS
Capitão de Mar e Guerra reformado




EQUAÇÃO CONDICIONADA – CASCO E EXTERNOS

A metalurgia nacional não ofereceu até hoje o aço especial dos
submarinos feitos aqui nem a liga das canalizações deles, mas outros
materiais sofisticados como aços tenazes e fibra de carbono das
centrífugas e do reator são nacionais. Não tem sido por falta de
tecnologia, mas de dinheiro, que compramos no exterior esses e outros
materiais. É visível a luta da Transpetro (de porte aquisitivo muito
maior que a MB) com a Usiminas relativa a volume de aço maior e mais
rudimentar que o previsto para o submarino nuclear. Convém produzir
aqui, mas importar não é insuportável. Materiais brutos do nuclear
serão preferencialmente importados na forma de perfis, chapas e
canalizações, mas por serem nobres comportam exigência de compensações
importantes. O Centro Experimental de Aramar, Nuclep e a Nuclebrás
Equipamentos Pesados SA (Nuclep) Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro
(AMRJ) sabem moldar, soldar e controlar esses materiais. A pesquisa do
nuclear deve envolver pessoal da construção dos submarinos anteriores
a fim de aumentar a utilidade dele para a MB. Dentre os elementos
estruturais avulta o casco, tendo a MB como criadora do curso de
Arquitetura Naval, do Tanque de Provas da Universidade de São Paulo
(USP) e da técnica de modelo reduzido (Lei da Similitude de Newton).
Falta contato regular com os atuais titulares do Tanque, embora ainda
recorra a eles para investigar aspectos pontuais de carenas. Jamais
submeteu a carena do Navio-Aeródromo (NAe) São Paulo à pesquisa de
forma e a arquivamento. Compra séries de componentes no Winslow
Taylor, nos EUA; no Bassin des Carènes, na França; e no Marinne
Technik G., da Alemanha, mas não há séries brasileiras para uso de
projetistas. A negociação com a França promete ser próspera porque ela
decidiu impor-se no mercado mundial de convencionais, inclusive
propondo adquirir a alemã Howaltswerke-Dentsche (HDW). O Laboratoire
Dauphinois de Hidrolique, na cidade francesa de Grenoble, é centro de
excelência reconhecido mundialmente, com histórico secular de
liderança. Dá respaldo à França, que propôs conduzir nossa fabricação
do casco.



O importante dessa incumbência é a garantia de corrigir popa, lemes e
hélice caso ocorra reprovação na raia acústica (após tempo de
construção e dispêndio totais). Recentes reprovações estão sem solução
tanto nas aquisições da Grécia quanto da Marinha alemã. A solução dada
pela HDW no ruído do primeiro submarino entregue ao Equador custou
quatro propulsões, sendo três reprovadas mais a aprovada. No nuclear,
o casco é mais importante que o reator porque este pode sofrer
correções módicas em qualquer instante ou ser aceito em grau inferior
a ótimo, mas corrigir casco reprovado na raia acústica importa os
totais de tempo e de material de construção ou aceitar indiscrição.
Dobra o custo do casco. Devido à falta de tradição, a MB não tem
desenvoltura para criticar formas propostas nem para projetar produtos
exigentes de superioridade contra adversários. Em submarinos, a forma
regula a combinação de escoamento laminar com vorticoso, tem relação
com desempenho de lemes e hélices, sujeito a tamanho grande arcos de
evolução e cavitação em acelerações.
As administrações somente sentirão a vantagem de custo perante frase
do tipo: “com diâmetro de 7,4m custa metade de um de 9,3m, pede reator
de 100MW, o maior pede 190MW”. Excetuando os da classe Rubis, que
tinham diâmetro de 7,6m, os demais de ataque têm diâmetro superior a
9,3m. Somente perante ensaios reprovadores de controles menores e de
decepções em operação de arranjos eficientes sujeitos a circulação por
convecção de menor altura total seria inteligente não tocar no
assunto. Qualquer desses arranjos basta para acarretar diâmetro maior
no casco, liquidando esforços duvidosos para alterar os outros. Se
pesquisas venturosas superarem todos esses arranjos haverá nucleares
de menor diâmetro com dois reatores, a instalação elétrica será em CA,
não possuirão bateria nem diesel. Ainda não é pacífica a vantagem
bélica de diâmetro menor, pode ser desvantajosa em discrição e
hidrodinâmica.
 


Este trabalho comenta as variáveis dos submarinos sem fixar algum
deles, mas para referir algum dos tamanhos, suponhamos um submarino
nuclear deslocando imerso 4.700t com casco de 90,00m X 8,94m X 7,94m,
reator de 97MW e velocidade de 32’. Para fins de comentário, não
importa a coerência entre essas dimensões, mas a extensão absoluta
delas.
A face externa do casco resistente é usada como transporte em partes
diversas: a proa com os tubos lançadores e alguns domos de sonar; o
costado com os transdutores dos sonares laterais e os equipamentos de
autodefesa; a vela com os lemes horizontais, mastros de antenas e
periscópios, envolvendo a câmara de saída; os equipamentos de fundeio
e atracação, as antenas e o sonar rebocados; os projetores de sinais e
bóias, os lemes AR e o hélice. Tais componentes resultarão de
fabricação proposta apenas pela DCN ou também pela MB, caso esta se
disponha a participar da indicação. Em virtude da indiscrição, há dois
aspectos no casco mais importantes que todo o material externo
transportado: os sons involuntários transmitidos pelo costado ao
volume indiscreto e os transmitidos pelo hélice ao mesmo volume. E um
aspecto de importância reduzida graças à energia do reator, porém
importante pela resistência ao avanço e pela geração de ruídos de
translação, função da forma e dos apêndices, aspectos fixados pela
construção. Monitoração perene de ruídos emitidos lembra cuidados
históricos dos marinheiros com a carena, é fator de condução dos
submarinos.

 


EQUAÇÃO INTERMÉDIA – ELEMENTOS INTERNOS

Armas

O tópico Direção de Tiro merece uma digressão porque sem criação
estrangeira não conseguimos até hoje alterar programas e controles em
nenhum submarino das classes Oberon ou IKL comprados anteriormente.
Sendo o Brasil exportador de programação informática, há interrogação
sobre o acerto de comprarmos em vez de produzirmos sistemas. Não
dominamos a inclusão de novos torpedos nas Direções de Tiro (DT)
instaladas neles. A IKL adaptou a DT Tios dos Oberon à DT Cafs dos
IKL. A MB não aproveitou em treinamento de pessoal naval a tarefa de
adaptação. Não pudemos alterar programa do simulador de periscópio a
fim de modernizar dados da cinemática dele, embora o Brasil tenha
muita gente capaz nessa tarefa. Graças à compra de torpedos
americanos, teremos nos IKL uma Direção de Tiro capaz de operar
diversos dados, mas a introdução dela está sendo feita inicialmente
pela fábrica do torpedo, a Lockheed. Além dessa, o contrato de
dezembro de 2008 com a França nos habilitar na DT Subtics dos
Scorpene. A MB treinará pessoal próprio.
Se fosse obrigação da MB produzir as DT, estaria visível um vazio de
domínio nesse assunto abrangendo chefes e chefiados, declarando
nebulosos a formação atual e o método atual de avaliação de
aprendizagem. A formação (EN e Aperfeiçoamento) não teria compleição
necessária, sendo apenas correlata e incompleta. Avaliações dos alunos
só verificaram memória, deixando de lado criação, anomalias e
evoluções. Permitiram que o aluno de melhor memória fosse o melhor
porque não teve de enfrentar situação inédita. Este comentário se
aplica a outros componentes ligados a tecnologias de ponta. Se não for
obrigatório criarmos DT, incluir novos torpedos e novos procedimentos
nela, compremos programas nos bons vendedores da vida. Comprar não
exime de criar independência para poder militar. Diversos países
optaram por aceitar que não haja tecnologia indígena, excluindo essa
despesa em favor de outras.
Não há componente interno cuja compra deva ser feita sem negociação
com os subcontratantes estrangeiros e sem negociação entre o
fornecedor líder e empresa brasileira introduzida pela MB. A DCN e a
Thales são projetistas e executantes nos canteiros das empresas que
escolheram, mas não só nelas, caso a MB proponha empresas brasileiras.
A aquisição de tecnologia se reparte entre compras de equipamentos e
exercício de engenharia reversa no inventário da MB. Enquanto não
entrar em regime a prática de engenharia reversa no material constante
do inventário da MB e, portanto, chefes e chefiados lotados nos
centros e diretorias não puderem ser empregados em quantidades
administrativas como consultores dos comandos, permanece inútil e
incerta a decisão do que comprar como caixa-preta ou com
transferência. É que o preço de aquisição tem parcela cada vez maior
se correspondente à tecnologia, em que a possuída funciona como
redutora por atrair cupidez do vendedor devida à desqualificação do
comprador.
Caso destinássemos dinheiro para essas pesquisas visando produzir para
consumo, não seria bom emprego dele porque o custo final dos produtos
excederia a aquisição mais cara. Fabricação atualizada tem parcelas de
preço situadas fora da curva relativas a ferramental e linha de
montagem. Servem para ganhar tecnologia, um bom uso. De ser obedecido
o destino dessas pesquisas, a MB estaria ganhando tecnologia, sem que
este manejo tenha de ser realizado totalmente dentro dos seus muros. A
aquisição prospera caso ocorra simultaneamente nos níveis arquivo,
ensino, projeto, execução e verificação. Coordenar OM técnica, OM de
ensino, OM e empresa de projeto e OM de operações não é simples, mas é
fácil: basta concordar que tal tecnologia tem valor.
 


Para engenharia reversa entrar em regime, é imprescindível que a MB
esteja associada aos setores de pesquisa das empresas passíveis de
receber tecnologia transferida. Não é correto nem necessário mobilizá-
las, mas conhecê-las e manter assiduidade de trato com elas. Qualquer
empresa deseja receber trato técnico elevado e ver em seu setor de
pesquisa ajuda financeira e mão de obra capaz, que não pode custar
caro nem desfalcar a MB, pois o setor de produção da empresa ainda não
teria feito esforço. O lucro dessa prática para a MB é insuperável. É
mais fértil contrariar a atual legislação de licitações, autorizando
dispêndio para remunerar resultado concreto de cooperação sem
licitação, que operar obsoletas e viciosas mobilizações. Cooperação
sem licitação funciona assim: a empresa estuda em suas dependências
assuntos de interesse da MB. Recebe desenhos, manuais e consultores da
MB, sem encomenda ou compromisso de nenhuma das partes. Assim que
possa produzir ativo útil à MB, negocia fornecimento e pagamento, que
podem ser rejeitados pelas partes. Há transação em caso de vantagem
mútua e do valor resultante ser aprovado pelo distribuidor da verba.
Não é exagero dizer que falta mobilizar a MB para explorar a
tecnologia do empresário. Tecnologia é tópico sui generis por ter mão
dupla na execução de contrato: a parte que tem a tecnologia mais
sofisticada cede à mais desvalida essa tecnologia, por persuasão,
venda ou apropriação.
Por estarmos há mais de cem anos endossando consultorias dos
fornecedores estrangeiros e nacionais, não há desdouro em aceitarmos
hoje consultoria francesa sobre submarinos nem consultoria americana
sobre torpedos. Tampouco cabe acreditar em comentários sobre pretensas
absorções de linhas de tecnologia. Temos treinado militares e
funcionários em executar integralmente, com muita supervisão
importada, projetos também importados de outros assuntos. O País ganha
se pesquisador nacional estiver sob orientação do usuário nacional,
como é o caso da engenharia reversa.
 


Então hoje a Direção de Tiro do Nuclear teria que ser importada por
falta de tempo e desenvoltura da MB se o armamento dele não fosse o
mesmo do Scorpene. Chega a ser lamentável o enorme tempo de estudo do
SNB não haver sido usado em pesquisa de DT nacional.
O trato desse tópico deve sofrer alteração: enquanto a MB submete seu
pessoal a receber orientação francesa resultante do contrato de
dezembro de 2008. Inclui nos currículos de formação de oficiais e
pessoal subalterno conjunção de cinemática com informática e
estabelece no Centro de Análises de Sistemas Navais (Casnav) domínio
de DT. No mínimo, se as Direções de Tiro do inventário estivessem sob
análise da Força e da Diretoria de Sistemas de Armas da Marinha
(DSAM), com acesso a empresas sem ter contrato, não caberia citar
tanto desconhecimento. Adaptação da Lockheed nos IKL pode ser avanço
nas OM envolvidas, e facilitar a DT do nuclear.
Submarinos são excelentes lançadores de mísseis devido à essência de
discrição capaz de anular sistemas de alarme, todos dependentes em
maior ou menor grau do início e do meio do vôo do míssil, mais curto e
menos previsível se de submarino. Preservada a discrição, não convém
ao submarino guiar míssil após lançado, basta programar a trajetória
balística ou guiada pelos sensores do míssil.
Pode lançá-los por tubos de torpedo ou por silos, estes adotados há
algum tempo como aproveitamento do grande diâmetro do casco com
reator. Basta dizer apenas, sobre mísseis de silo, que silos e seus
comandos são fabricáveis no Brasil mediante pesquisa ínfima. Mísseis
de silo não convêm ao Brasil, pois obrigam a posse de rede de
satélites ou franquia de algum dos possuidores de rede a fim de
prevenir “segundo golpe”. Inscrevem o possuidor deles nas receitas de
alvos de muitos mísseis intercontinentais.
Fabricar aqui os de tubo (mísseis de cruzeiro) é tarefa já feita pela
Força Aérea Brasileira (FAB). Quando houver projeto avaliado de míssil
nacional, caberá fabricá-lo. Hoje devem ser adquiridos fora, pois já
passou a hora de começarmos a operá-los.
O inventário da MB de propostas e de exemplares de tubos de torpedo é
suficiente para projeto nacional. Projeto da MB para mísseis sairá
mais caro que um comprado na Mectron ou na Avibras porque nossa
necessidade máxima de mísseis navais não cobre custos de ferramental e
pesquisa, ainda que acertássemos de saída os desenhos de produção. Sai
mais barato que um importado porque aqui os subcontratantes são mais
próximos. É obrigatório estimar o total desse custo porque servirá
para escolher o fornecedor. A desenvoltura do fornecedor a ser
escolhido deve ser tal que o preço da compra seja inferior àquele
custo total estimado. Tal fornecedor terá de nos pôr em contato
comercial com os fornecedores a ele (os subcontratantes) de
componentes da versão proposta a nós e de vender-nos a ajustagem de
trajetória. Hoje ninguém faz estoque para emprego em guerra, mas para
manter a malha de fabricação apta a suportar períodos de demanda
acrescida. Não nos acostumamos a tratar com subcontratantes dos
fabricantes dos equipamentos que temos adquirido, porque nossos
agentes compradores têm sido singulares, sem tempo para ver e
experimentar. Teremos de estabelecer um tipo de relação sem transação,
pois hoje os produtos dependem mais do “sub” que do contratante, aqui
chamado fabricante. O preço do fabricante tem a margem dele sobre o
preço do “sub”, que tem a própria margem. O fabricante cobra o dobro
do “sub”, oferece e ganha contrato de garantia de reposição abrangendo
a totalidade dos “sub” envolvidos. Houvesse negociação incluindo os
“sub”, haveria algum deles interessado em aumentar lucro por vender
também contrato de reposição ou desenho com lista de material, em
patamar de valor inferior ao do fabricante. Aumentaríamos nossa
independência porque são mais abertos e reduziríamos gasto com
manutenção porque a “metade” correspondente aos “sub” é muito menor
que a “metade” dos contratantes. Ou pagamos garantia de reposição,
esgotamos verbas de operação, não tentamos produção e a Administração
fica viciada.
O mesmo raciocínio sobre produção de mísseis de tubo se aplica a
torpedos, embora tenhamos fabricado alguns há tempos. Mais vale
negociar a compra com transferência seletiva de tecnologia, pois temos
empresas fabricantes de baterias (Saturnia) e motores elétricos (WEG),
que aproveitariam nos torpedos a tecnologia transferida, pagando
royalties sobre a produção delas. Dominada, essa tecnologia será
aproveitada na indústria nacional, retornando mediante royalties pagos
à MB, parte da transferência paga pela MB (caso a MB aprenda a
negociar royalties) e cedida à empresa. Motores a combustão interna e
hélices de torpedos são demasiado específicos, sem consumo civil
previsível. Convém comprá-los sem restrição e reduzir o preço de
aquisição. O sistema de navegação e os sensores serão comprados também
sem transferência de tecnologia, pois já possuímos suficiente
conhecimento para obter vantagem em futura negociação com empresas
nacionais congêneres. Hoje não cabe produção governamental nem comprar
de empresa que terá no material bélico visado parcela importante da
receita dela, porque estaríamos comprando ócio e diretoria. Convém
encomendar material bélico de projeto compartido com a MB, a ser
executado em empresa habilitada a executá-lo, mas que possua outras
produções e os consumos correspondentes. Ficará caracterizado que a MB
não sustenta tal empresa. Por melhor que seja a remuneração, ainda
será menor que a de uma dedicada ou de material bélico. É o caso dos
sistemas de autodefesa, à venda com ajustagem discricionária pelo
comprador. Os veículos componentes dos sistemas ora são exclusivamente
despistadores, interceptadores ou perturbadores ou exercem mais de uma
dessas funções. Não há nenhum deles no inventário da MB. A
configuração deverá ser estabelecida pela MB e a seguir negociada no
exterior, em arranjo semelhante ao proposto para torpedos.
Antes de ver algum proposto não há como defini-los neste trabalho, mas
comentar requisitos de compra. Alguns desviam e destroem de modo
sucessivo os torpedos adversários, outros de modo simultâneo; alguns
são instalados dentro do casco resistente, outros na livre circulação.
Nenhum ocupa os tubos para torpedos ou mísseis. Preços propostos devem
ser comparados com pesquisa e execução nacionais. Estão sujeitos a
parceria com produção brasileira e ao trato com subcontratantes.
Mostram atração adicional por servirem para marcação desarmada de
intrusos, ainda inédita. Convém lembrar que itens do inventário da MB
quase sempre foram negociados sem suficientes opções, dada a escassez
de recursos reinante nas diversas aquisições, inclusive designando
negociador singelo.
Minas completam a análise de armamento. A MB sabe projetar, ajustar,
manter e encomendar minas lançadas de submarino. O submarino deve
lançar minas com e sem propulsão, atuantes no local de plantio ou
encapsuladas, que explodem após segundo trajeto iniciado pelo
acionamento. São programadas fora dos tubos, podem ser colocadas neles
ou retiradas deles em viagem. Em operação, todos os tubos devem estar
ocupados, segundo distribuição estabelecida na Ordem de Movimento para
evitar desperdício de capacidade bélica. Em proveito da discrição, os
tubos e as DT devem permitir lançamentos simulados de mísseis de
cruzeiro e de torpedos, estes com a fase de guidagem. Esta faculdade
permite treinamento farto, e verificação de prontidão do material, sem
revelar o submarino.

 


Mecanismos

Há enorme oportunidade de transferir tecnologia para empresas
brasileiras possuidoras de frações de mercado, se aceita parceria de
execução e aceito acesso aos subcontratantes. São bombas,
compressores, motores e geradores elétricos, válvulas e motores
hidráulicos. Não convém tratar com empresas fora do mercado, como nas
concorrências da Transpetro, usadas por ganhadores para criar
estaleiros no encarecedor trecho da metade das rotas do tráfego.
Ninguém espera que sobrevivam após concluírem o contrato ganho. O
Cetemsp contratou, especificou e construiu motores elétricos e
turbinas a vapor no Brasil, além de aumentar o parque brasileiro de
balanceamento de máquinas rotativas. A tecnologia dos motores veio da
Suíça, mas a das turbinas foi executada aqui, gerou expropriação
européia e nova execução brasileira.
Cada componente deve ser adquirido do executante dele, que avaliará a
empresa nacional recebedora de tecnologia. A crise financeira
convenceu algumas matrizes a ver as virtudes decorrentes de filiais no
Brasil. Há boas empresas brasileiras, como WEG e Dedini, entre outras.
Vivemos herança maldita do pretenso ensino de Logística porque as
Administrações perderam o hábito de relacionar estado da arte em
indústria nacional. Esse ensino nunca lecionou no Brasil Logística de
Produção. Aparentemente ganhamos presentes dessa herança: iniciativas
economicamente condenáveis de estabelecimentos industriais militares
salvaram a Pátria em componentes das centrífugas porque recebemos
protótipo e projeto de alguns, estimulando técnicos nossos a
melhorarem peças importadas. Na realidade houve prejuízo na medida do
adiamento da prática de realizar fora da MB etapas de fabricação.
Ainda não foi assimilado que a Diretoria Geral do Pessoal da Marinha
(DGPM) deva relacionar pessoal privado, não remunerado pela MB, porém
empregado pelos patrões deles em obras da Força. São de interesse da
MB, é pessoal que serve à MB. Difícil perceber que a empresa seja
contato da Diretoria Geral do Material da Marinha (DGMM), enquanto o
pessoal seja contato da DGPM, portanto enumerável até fora da empresa
em que prestou serviço à MB. É confirmação de prosperidade em
negociação de importação com parceria, onde a prestação de manejo do
artífice leva o Departamento Industrial a preponderar sobre o
Departamento Técnico. Sai melhor, mais barato e mais pontual que
indústria oficial.
 


A indústria nacional é apta em sensores, mostradores e indicadores de
instrumentos de medida de toda ordem para ar, água e painéis de
instalações, mas pouco apta em sensores de ambiente como radares,
sonares, emissores e receptores de infravermelho, magnetômetros e
detectores de freqüências. Deverão ser importados com transferência de
tecnologia sem objeção. Aqui há técnicos aptos, hoje fora de empresas,
de aptidão investigável mediante antigos membros das equipes onde
trabalharam. Ninguém pretende basear neles execução de sensores
constantes do projeto importado, mas aproveitá-los em execuções
partilhadas. Devido à crise, respondem à convocação mesmo não
cadastrados. Já deveriam pertencer ao citado cadastro do DGPM.
O Brasil tem tecnologia de cerâmicas e revestimentos, úteis nos
transdutores, portanto ensejando compor a aquisição de equipamentos,
mas sistemas do radar e do sonar do inventário não estão sob análise.
Os sensores mais importantes do submarino são os sonares, e a estação
mais importante na “manobra” do submarino é a deles, com a tela de
memória das últimas varreduras, a máquina de desfazer esconderijos,
que mostra obstáculos e permite controle de indiscrições acústicas.
Não há data limite para decidir configuração, marca e modelo dos
sonares, pois a definição do casco e dos transdutores nele é posterior
à do reator.
A Força Aérea Brasileira (FAB) compôs com sucesso arranjo de empresas
(Mectron) para fazer radares de chão e de aeronave. A MB pode fazer o
mesmo com os analisadores de varredura sonar do inventário,
acompanhados pela produção de BR, BRS, seus analisadores e
retransmissores.
O acordo celebrado com a França em dezembro de 2008 tem os seguintes
destaques: foi redigido e proposto por eles; promete fornecimento,
assistência de construção, transferência provadamente útil de
tecnologia, proclamação de não estar transferindo tecnologia nuclear,
mas estar transferindo tecnologia de casco e arranjo dele com lemes e
hélice. A “mera” tecnologia de casco é mais complexa que a nuclear. Ao
envolver aquisição dos Scorpene transfere composição dos conjuntos de
sensores, mecanismos, elementos estruturais e direção de tiro e
armamento.
 
A França nos dá mais importância do que fazemos por merecer. Junto com
China, Alemanha, Índia, Rússia, Paquistão e Japão, é dos sete países
esbofeteados por nossa assinatura do TNP. Forma aliança eficaz sem
tratado, aliança de fato, com China e Rússia contra qualquer agressão
nuclear no mundo. Aliança é atitude estratégica de desenvolver sem
combater. Requer dispêndio, dispensa tratado. O motivo pelo qual a
França está apoiando o Brasil é conveniência estratégica dela, a
despeito de nada estarmos fazendo em proveito dela.
Cada emissão sonar informa apenas alvos a seu alcance, mas proporciona
indiscrição um tanto acima do dobro desse alcance, na medida em que
tais sinais têm intensidade suficiente para marcar ecos na tela de
outros submarinos. Pelo menos um dos sonares pertencentes à suíte de
bordo reduz potência e aumenta freqüência a fim de reduzir
indiscrição. Os de navegação em canais têm freqüência discreta, rica
em perdas.

 


Vida

Em contrapartida, o raciocínio do submarinista mudou da preocupação
com exaustão de energia nos convencionais para degradação de vida nos
nucleares. Era fácil com esnorquel renovar atmosfera, nucleares
renovam por grandes intervalos, de modo complexo. A máquina cedeu ao
homem a importância dela. Exibe facilidades e rotinas dedicadas a
vivacidade sadia durante 60 dias de ausência da biosfera.
Há facilidades desportivas e recreativas de porte jamais sonhado em
submarinos. O submarinista pode encarar como diversões ou musculação
essas facilidades, mas se não as usar a estrutura de comando deve
estar atenta e prestes a completar com atividade física prescrita a
carência de movimentação sujeita à decisão dele. Idêntico raciocínio
se aplica à vigilância mútua citada nas páginas 10 e 11. Ao perceberem
tristeza, depressão, cansaço e desatenção noutro submarinista, os
próximos a ele devem acionar a mesma estrutura para levá-lo a divertir-
se, excitar-se, descansar e ficar atento, mediante o uso compulsório e
individual de som, vídeo, conversa e jogos.

 


Controle

O SNB terá os mesmos operadores que o Scorpene, cada um com idêntico
controle, mais um operador destinado ao reator. Os mostradores da
Manobra exibem as mesmas páginas quando pedidas, mas um do chefe de
Quarto e um do condutor de Máquinas têm na tela uma página constante
de estado, que mostra: ambiente interno; armas prontas e em reserva;
lista de alvos; condições de som, rumo, velocidade, profundidade e
distância ao fundo; estoques de O2, ar comprimido e água potável;
dados do reator, da bateria, dos projetores e de escotilhas e
comportas. Não só os mostradores são intercambiáveis para obter
divulgação dos sinais, mas os seus sensores e as suas transmissões
também são reiterados com o propósito de impedir falta de informação.
Há reprodução eletrônica noutros mostradores, sem os sensores.

 


EQUAÇÃO CONCLUSIVA – OPERAÇÃO

Operações defensivas

Dizer que instalações costeiras são vulneráveis a ataques submarinos é
reduzir à exploração de petróleo nossa vulnerabilidade. Submarinos do
mundo inteiro podem transitar livremente em águas brasileiras, fazer
perifotos, leitura batitermográfica, esclarecimento rádio e de
lançamentos de foguetes, lançar e recolher tropas etc. Após uma
detecção e a sua repercussão, cinco patrulhamentos perenes dispersos
entre os litorais do Amapá e do Rio Grande do Sul impedirão
eficazmente a passagem inocente em águas brasileiras, bem como quatro,
três, dois e mesmo apenas um deles, devido à essência do submarino
escondido. Outras Marinhas sentirão insegurança restritiva ao saberem
que já estamos patrulhando. Haverá investidas de outros submarinos
destinadas a testar nossas patrulhas. Talvez convenha esconder a
detecção com a consistência do primeiro contato, deformando-a para
distância menor que a real, a fim de iludir a leitura feita pelo
intruso ou deixar o intruso indene e inadvertido, ou ainda marcá-lo
com marisco lançado por autodefesa. Se o contato ocorreu junto a
alguma plataforma, a mensagem da BR deve descrever a proximidade para
dar ao divulgador opção de mostrar como autora a plataforma, a fim de
manter a discrição do submarino patrulheiro. Os intrusos evitarão
rápido as plataformas. A omissão e a disseminação de detecção devem
ser decisão de alto nível, em benefício da discrição e da incerteza.
Dá bem para avaliar o efeito de preservar a discrição não de um, mas
de cada submarino do País, participante ou não dessa patrulha.
Outras nações duvidarão de quais zonas estão sob nosso único nuclear
ou sob os convencionais. Além disso, não saberiam se já estamos
patrulhando nem onde ficam as zonas. Se os convencionais fizerem
varredura ativa antes de recarregarem bateria ou se o patrulhamento
impediu o ingresso de estrangeiro em nossas águas, a discrição estaria
preservada e confiável, exceto pelos satélites. Devido à prolongada
penúria de recursos da MB nos últimos 20 anos, a discrição brasileira
atual é nula ou quase isso.
A criação de incerteza é um produto da indiscrição fora de nosso
alcance enquanto nossos submarinos não possuírem lançador de boias
retransmissoras. Antes de nosso primeiro nuclear estar operando, os
convencionais poderiam criar incerteza, caso possuíssem lançadores,
que deverão ser neles instalados se a MB desejar preservar a
discrição. As retransmissoras têm a virtude de, sem tornar indiscreto
o submarino que efetuou o esclarecimento, manter a MB a par do
resultado. Realizam ilusão de observadores em tal variedade que
obrigam outros países a arriscarem esclarecimento ativo a todo
instante. Criam a sensação de presença de outros submarinos onde
começarem a transmitir, confirmando aquele parágrafo inicial deste
trabalho no Capítulo I, ao dizer que ninguém sabe o que há em baixo
apenas olhando a superfície do mar. É a incerteza funcional, cujo
desfrute retarda nosso aprendizado de empregá-la em combate.
A MB possui dois analisadores de quadro de boias radiossônicas (BRS).
Ambos estão inoperantes sem apresentar defeito. A MB nunca operou BRS
diretamente.
O Grupo de Aviação Embarcada da FAB lançava e operava boias do
inventário do grupo no tempo do Navio-Aeródromo Ligeiro (NAeL) Minas
Gerais. Por isso a MB nunca se preocupou, aprendeu, adquiriu, treinou,
escolheu tipos no assunto BRS. Pior foi descuidar institucionalmente
dos dois tipos diversos possuídos de analisadores de campos de BRS,
mormente porque a MB deixou de conhecer o processo de receber sinais
submarinos, irradiá-los para um receptor automático, identificar
mediante freqüências individuais quais das boias interceptaram sinais,
selecionar os classificados coerentes e processá-los para mostrar
rumo, velocidade e distância do submarino invasor do campo. Não admira
que na MB o consumo total, médio e periódico de BRS seja zero ao longo
de 55 anos. Não tenho notícia de encontros entre a MB e a Petrobras
sobre instalação e operação de escuta nas plataformas, embora
constituísse redução de encargos navais e pudesse servir para
interferir no “passeio” dos intrusos. Seria escuta remota,
desguarnecida, com alarme, gravador e retransmissor SR (Sem Recibo).
Hoje, oficiais da MB que fazem estágio na Armada do Chile operam
quadros lançados por ela e tentam transpor em submarinos chilenos
esses quadros. A MB não visou aprender emprego de BRS, e provavelmente
continua ignorando, pois não foram incluídas em currículos de outros
cursos as experiências dos pouquíssimos submarinistas brasileiros que
cursaram o CCOS chileno. O NAe São Paulo deveria navegar apenas em
raias de BRS declaradas isentas de submarinos, mais fáceis de
estabelecer e mais baratas que escoltas antissubmarinos de superfície.
Não vê, não lança as raias nem simula o assunto porque não é visado
por nenhum dos países que se exercitam conosco. O mesmo lançador de BR
dos submarinos serve para lançar BRS cujas detecções sejam
transmitidas por emissão sonar onidirecional ao submarino lançador e
por emissão rádio a aeronaves e navios amigos. Nossos submarinos
convencionais ou nucleares serão sempre empregados em patrulha,
devendo lançar BRS em acréscimo a sua zona e a sua estadia no local,
sem deixar submarino intruso perceber o lançamento.

 


Operações ofensivas

Ao ter capacidade de patrulhar o litoral nacional, o SNB tem a de
patrulhar qualquer outro, pois nada muda na configuração dele. Não há
distinção entre ataques a forças capazes de denunciar a propulsão do
atacante, útil para facilitar a localização do único nuclear, mas pode
haver análise de movimento entre suspeita anterior de contato com
algum submarino e o ponto do ataque, a menos que tal ataque seja
execução de soberania. Mesmo assim o alcance das armas é maior que o
volume indiscreto, mantendo a discrição do submarino convencional ou
nuclear. Enquanto o Brasil possuir apenas um nuclear, este será
perseguido, “plotado” e mantido indiscreto pelas Marinhas eficazes,
mormente se souberem posse brasileira de mísseis costeiros.
Além de a Autoridade de Controle de Operações de Submarinos (Acos)
conjugar normalmente as movimentações de todos os submarinos, a
brasileira deverá usar as dos convencionais em benefício da discrição
do nuclear. Uma vez identificado num dado ponto, é possível proclamar
que não está no resto da área acessível por submarino nosso. Em prol
da discrição, é doutrinária a evasão posterior ao ataque, ainda que
não estejam na mesma área outras unidades submarinas ou de superfície.
Tampouco é possível distinguir a propulsão de quem se está evadindo.
Contato por submarino estranho escondido na mesma área pode
identificar propulsão do atacante caso esteja em distância menor que o
envoltório indiscreto. Essa identificação é indiscrição para países
com apenas um nuclear, que devem estabelecer ações de outras unidades,
voltadas para iludir esclarecedores estranhos. Sem tais ações, o
nuclear fica “desperdiçado”, como ficavam nucleares americanos e
russos ao receberem a escolta de um “carrapato” apto a interferir numa
execução de lançamento.
Discrição obriga que o procedimento de ataque a forças inclua evasão
local após o último disparo e mudança de área a fim de alimentar
dúvida sobre número de atacantes. Reduzido a um torpedo e um míssil
nos tubos ainda ocupados após um ataque, o submarino deve programar o
reabastecimento dos outros tubos e a troca de área de operação. Esse
procedimento é mais eficaz conforme seja maior a velocidade de
trânsito para a nova área, velocidade talvez acessível apenas pelo
nuclear, mas também viável pelos convencionais, que deverão repor sem
demora tal consumo. Com o intuito de instilar a compreensão do
submarino, basta dizer que são simultâneos o esclarecimento de longo
alcance, o trânsito em alta velocidade, o recarregamento dos demais
tubos de torpedo e a interpretação dos dados referentes à área
seguinte de operação. Aí cresce a importância do projetor de BR para
levar até a área de combate a visão do Acos, única pessoa na face da
Terra capaz de autorizar indiscrições, se os submarinos dela possuírem
projetores de BR.
Ataques a litorais têm uma gama de propósitos, a saber:
esclarecimento, danos ao tráfego marítimo, destruição de sistemas de
defesa, ataque a forças e ataques tanto a facilidades litorâneas
quanto instalações no interior. Um dano é prejuízo permanente a um
ativo adversário, mas a confirmação de vulnerabilidade litorânea
também é nociva porque altera a distribuição das forças do país que
tem o litoral. O submarino forma essa vulnerabilidade mediante
esclarecimento e ação consecutivos, desde que seja projetado para não
romper a própria discrição, mantendo a imersão. Deve ter escotilha
vertical na vela, que permita em imersão total o embarque e o
desembarque de tropas; grupo de oito mergulhadores de combate com
material portátil; bote vazio e motor. Temos empregado mergulhadores
de combate em fainas improvisadas, de baixa qualificação. Não havia
opção, mas deve existir saída em imersão nos próximos por projeto ou
nos anteriores por modificação. Não precisa ter apêndice resistente à
pressão, basta o convés junto à vela para manter o grupo reunido ao
sair e recebê-lo no retorno.
Todo submarino deve estar equipado para lançar minas. Faz apenas
minagem ofensiva porque a defensiva é exagero para submarino. Além da
mesa de plotagem, a habilitação mineira é o mecanismo que empurra a
mina mais próxima da culatra do tubo, fazendo sair a mina mais próxima
da comporta.

 


Integração

Todas as operações que associaram submarinos entre si ou com unidades
de superfície ou aéreas despiram a essência discreta de pelo menos um
submarino, o que emitiu comunicação em tempo real. Chegaram a ser
freqüentes com os submersíveis, desapareceram com os “emergíveis”,
porque discrição não é dispensável e a contribuição deles não exige
mais que relógio e sistema de posição para ser somada a efeitos de
esforços por outras unidades. Em qualquer caso, a conjunção ou
combinação se realiza na Acos, não no submarino. A Esquadra e o
Comando de Operações devem avaliar sempre conveniências obtidas
revelando possibilidades e limitações de submarinos mais preciosos por
escassez que por tecnologia.
A Suécia, que tem dois convencionais alugados à Marinha dos EUA, não
franqueia alterações ao contrato de aluguel, cujas cláusulas protegem
várias características deles. Nossos convencionais ainda não têm
alguma tecnologia a esconder. Poderão vir a ter alguma, que não conste
de publicações de mídia. Então a Administração emitirá normas
protetoras do sigilo. Durante bastante tempo após a incorporação do
primeiro nuclear brasileiro, não se pode enxergar vantagem de a MB
deixá-lo participar de operações integradas com outras Forças ou
Marinhas. A locução “bastante tempo” se deve a que será impossível
esconder todas as capacidades do nuclear. Alguém competente em coleta
de dados estará atuando, e uma fração pode ser bem-sucedida. O
violador talvez tenha interesse em manter sigilo do próprio ganho,
atitude que compensa de algum modo o violado. Começa a segunda ordem
de sigilo: mantido a todo custo o tempo que for possível, pois a sua
ruptura entra em uso alheio no exato instante em que é rompido.

 


CONCLUSÃO

A configuração desejável do primeiro Submarino Nuclear Brasileiro
(SNB), proclamada a seguir, serve como matriz para sua configuração
viável.

Configuração desejável do submarino nuclear brasileiro

Em vez de copiar reatores de outros submarinos, projetá-los para casco
sujeito a diâmetro capaz de comportar controle saliente do vaso, e
circuito primário provido de pressurizador e movido por convecção, o
que sem dúvida acarretaria casco de seis a nove mil toneladas, as
despesas com projeto devem começar pela tentativa de obter controle
embutido no vaso para a reação e convecção de altura reduzida.
Esgotados prazo e verba razoáveis para essa tentativa, o projeto deve
prosseguir sem esse sonho. O prazo e a verba devem ser propostos ao
Almirantado após debates instruídos com os mais evoluídos cientistas
nucleares do País. Um grupo de cientistas terá encargo paralelo de
pesquisar circulação por convecção sob altura menor que a conhecida.
Imprescindível construir modelos sem qualquer semelhança com o do SNB,
mas que apresentem gradientes de temperatura entre ponto mais baixo e
ponto mais alto criadores de convecção em altura menor que a prevista
para o Labgen, pois o assunto não é submarino, mas convecção. Outro
grupo de cientistas terá o encargo de pesquisar controle da reação em
cadeia exercido por máscara rotativa ou alternante que cubra e
descubra barra fixa absorvente de nêutrons dentro do vaso ou barra
absorvente retrátil. Ainda outro grupo deve pesquisar conjunto
vertical reator/gerador de vapor.
Modelos experimentais não exigem emissão de partículas. Basta a forma
experimental que tente girar entre a posição que cubra toda a
circunferência da barra similar a absorvente e outra posição que
descubra toda a circunferência da barra, distante 360° da primeira
posição ou que reduza altura acima do vaso. O mesmo para barra
retrátil e trocador solidário de calor. Sem emissão de partículas, mas
com as mesmas dimensões do reator visado e iguais perdas de calor,
efetuando as leituras de convecção.
Qualquer dessas duas pesquisas que dê certo acarreta redefinição do
projeto. Remete às considerações do Capítulo I, Seção III – Energia.
A redefinição resulta em submarino bi reator, com instalação elétrica
de CA, sem baterias de acumuladores nem motores diesel, com sonar
rebocado, com espaço resistente dotado de escotilha vertical para MEC
na vela, tendo deslocamento imerso entre 2.500 e 3.500 toneladas. É
absurdo instalar reator nuclear com combustível de teor limitado a
20%. Sem bravata, mas com clareza, o Brasil deve comunicar à AIEA que
enriquecerá combustível nuclear com discrição e teor convenientes a
cada instância.
A MB deve concertar com os pesquisadores de informática um calendário
profícuo de velocidade e quantidade de operações, sobre o qual baseará
a data em que decidirá repelir exageros da CNEN.
Tudo que não for nuclear replicará sensores, armas e mecanismos do
Scorpene.

 


Configuração viável do submarino nuclear brasileiro

Na falta dessas pesquisas, o SNB será monorreator, com instalação
elétrica em CA, terá baterias de acumuladores com 5% da potência do
reator, um retificador de Quadro Elétrico com 1% da potência do
reator, escotilha vertical para MEC na vela e deslocamento imerso
entre 5.550 e 9.000 toneladas.
Terá ciclo operativo centrado em faina de recarga a cada oito anos.
Terá espaço ocioso, pois o grande diâmetro comporta tropas de MEC e
facilidades recreativas. Pelo menos aumenta a endurance de patrulha.
O SNB terá sonar rebocado, ejetor de BR e BRS, farta dotação de
torpedos de autodefesa, torpedos pesados, mísseis subsuperfície-
superfície, minas diversas e antenas rebocadas. Permanece a réplica de
componentes do Scorpene citada na configuração desejável.
Continuaremos dependendo de algum país ter interesse em parceria para
projetar submarinos de qualquer tipo enquanto não adotarmos
providências para superar carências atuais. Tais carências são citadas
a seguir por ordem de aproveitamento da correção de cada uma.
A totalidade do ensino na MB substituirá verificação de aproveitamento
da modalidade memorização (Lecture) pela modalidade domínio
(Examination Test). A MB oferecerá pesquisa no inventário dela às pós-
graduações do País visando aumentar o nível nacional em várias
tecnologias. A MB entrevistará cidadãos do Brasil detentores de
tecnologia de ponta, atuantes em ensino superior ou empresas. O
resultado é pessoal conhecido pela MB para Logística de Produção. O
Setor de Material designará pesquisa de engenharia reversa em itens do
inventário da MB, associando empresas, pós-graduandos e pessoal da MB.
As OM do Setor de Material manterão relacionamento com o setor de
pesquisa de muitas empresas industriais, exceto aquelas cuja atividade
nada tenha a ver com a MB. O resultado é atividade empresarial privada
da Logística de Produção da MB.
A MB tentará obter desenvoltura em projetos navais mediante prática
exercida em OM dos setores de Material e de Operações de projetar
frações diversas de projeto. Logística de Produção é acessar
capacidade brasileira em vez de possuí-la.
As providências acima visam catalogar no Brasil consultoria de
interesse da MB.

FIM.
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O NOSSO MUITO OBRIGADO A TODOS OS QUE SEGUIRAM ESTA SERIE DE TEXTOS DOBRE O SUBMARINO NUCLEAR BRASILEIRO.

VALEU!!!

4 comentários:

  1. Olá Francoorp,

    Não achei outro local apropriado para esta sugestão então tomei a liberdade de fazer neste espaço.

    Talvez você já tenha este documento mas em caso contrário penso que será para você, que pesquisa sobre diversos temas e debate Geo-Política etc, uma "mãozinha na roda".:

    Trata-se do Manual Oficial de Abreviaturas, Siglas, Simbolos e Convenções Cartográficas das Forças Armadas.

    Aqui: http://www.dee.ensino.eb.br/legislacao/46_%20manual_de_abreviaturas/md_33_m-02_abreviatura.pdf

    Salve em seu computador! Embora possa ser totalmente consultado no "saite".

    Abraço!

    Mundo em Pixxel - rsrsrsrs

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  2. O artigo inclui muitas informações, mas a forma do texto com relação a pontuação e estrutura dos parágrafos torna sua leitura difícil.

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  3. Um ótimo artigo, parabéns camarada, sds.

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    1. Viu que texto bom Carlos, sugiro a leitura de todas as 3 partes, é muito completo!!

      Valeu!!

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