A Marinha do Brasil planeja a construção de 11 grandes navios para patrulhar de forma “constante” as jazidas petrolíferas no oceano Atlântico, disse hoje o almirante Júlio Soares de Moura Neto, comandante do corpo.
Os planos da Marinha contemplam a construção em estaleiros brasileiros de cinco fragatas de 6 mil toneladas, cinco navios de patrulha oceânica e um navio de apoio logístico, de 20 mil toneladas, detalhou Moura Neto em entrevista coletiva realizada por ocasião da 24ª Conferência Naval Interamericana.
“Queremos patrulhar permanentemente nas proximidades dos campos petrolíferos (…) Isso se chama fator de dissuasão”, manifestou o comandante da Marinha.
Os militares apresentarão até o fim deste ano seus planos ao Governo e no próximo ano pretendem “ajustar os detalhes” com o Executivo que vencer as eleições de outubro, que tomará posse em janeiro.
Pelos planos da Marinha, a construção dos navios patrulha começará em 2012 e, sucessivamente, serão fabricados navios de apoio logístico e fragatas, as últimas a serem fabricadas, devido ao fato de serem extremamente sofisticadas.
Os 11 navios se somarão ao pacote de seis fragatas pequenas, de 500 toneladas, uma das quais já foi entregue e o restante está em construção, que fazem parte do plano de renovação das Forças Armadas.
No marco desta estratégia, já começou a construção de quatro submarinos convencionais e se está preparando um estaleiro para a fabricação de um submarino de propulsão nuclear, que será desenvolvido em associação com a França e que previsivelmente estará operacional em 2022, segundo Moura Neto.
O comandante da Marinha explicou que além da defesa da riqueza petrolífera do país, o aumento da frota vai servir para patrulhar o restante das águas de jurisdição brasileira, cuja ampliação está sendo discutida com as Nações Unidas.
Atualmente, Brasil conta com uma área exclusiva marítima de 3,6 milhões de quilômetros quadrados, que o Governo quer ampliar para 4,5 milhões de quilômetros quadrados.
“A ONU aceitou já 750 mil quilômetros quadrados e discorda dos critérios técnicos que usamos nos 200 mil restantes. Estamos revisando os cálculos e realizando novas medições para reforçar a proposta”, detalhou o militar.
Moura disse que na América Latina existe um “clima de paz relativa”, mas considerou que isto não se contrapõe a que o Brasil “se prepare para ter capacidade de dissuasão”.
Além disso, assegurou que a intenção do Brasil é “criar um clima de confiança” entre as marinhas do continente para que melhore a cooperação e a troca de informações entre os comandantes militares dos diferentes países.
Segundo o almirante, o objetivo da Conferência Naval Interamericana, que desde hoje e até na próxima sexta-feira congregará a altos comandantes das marinhas de 17 países da América.
Estão representados na reunião Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Venezuela.
Mesmo que o Brasil esteja investindo na defesa de seu território e zonas energéticas estratégicas, estamos muito aquém do que precisamos, veja a Índia por exemplo, mesmo com um PIB menor que o do Brasil tem uma força armada muitas vezes maior e melhor equipada que a nossa, sem falar no avanço constante de projetos e programas novos no parque industrial nacional indiano.
Um país que não é capaz de se defender cedo ou tarde conhecerá as forças de defesa de outros países, até mesmo dos chamados "amigos" se começam a ficar desesperados por recursos ou energia... esta lição histórica da humanidade sempre se repete, e principalmente quando o país indefeso é forrado de recursos naturais... devemos alongar o passo ou o futuro dos nossos netos será incerto, como sempre é na historia dos povos e civilizações.
Valeu!!
FRANCOORP.