14 de set. de 2010

Inpe investe na área de fusão nuclear


Autor: Virgínia Silveira, para o Valor, 

As pesquisas brasileiras na área de fusão nuclear ganharão um novo impulso com a construção do Laboratório Nacional de Fusão Nuclear (LNF), dentro de uma área cedida à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em Cachoeira Paulista (SP).


As pesquisas brasileiras na área de fusão nuclear ganharão um novo impulso com a construção do Laboratório Nacional de Fusão Nuclear (LNF), dentro de uma área cedida à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em Cachoeira Paulista (SP). Para o novo laboratório, também será transferido o atual grupo de pesquisa do Inpe, que trabalha com o Experimento Tokamak Esférico (ETE), uma máquina de pesquisa em fusão nuclear controlada, que segue o conceito desenvolvido na Rússia de confinamento magnético de plasma.







Em operação há dez anos, o tokamak do Inpe, utilizado nas pesquisas da física de plasmas de altas temperaturas para fusão, também será transferido para o LNF, que será criado oficialmente até meados deste ano, segundo informou o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, Marcos Nogueira Martins. "O orçamento do Inpe na área de fusão termonuclear já foi transferido para a CNEN e um dos projetos que estamos trabalhando é o da modernização do tokamak", disse.

O projeto, de acordo com Martins, receberá uma verba de R$ 1 milhão para melhorias na instrumentação de monitoração do equipamento e também do banco de capacitores (baterias), para que a descarga elétrica do plasma seja mais eficiente e duradoura. O Laboratório Associado de Plasma (LAP) do Inpe foi um dos primeiros a desenvolver um tokamak esférico no mundo.

A construção do novo laboratório, de acordo com o coordenador das atividades de fusão do Inpe, Gerson Otto Ludwig, será feita com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que aprovou uma verba de R$ 1 milhão para o projeto de engenharia e terraplenagem. "A previsão é que o laboratório entre em funcionamento em dois ou três anos, mas suas atividades serão iniciadas antes em uma sede provisória no Inpe", segundo o pesquisador.







O custo total de construção do novo laboratório, segundo o diretor da CNEN, foi estimado em R$ 10 milhões, mas o valor não inclui a aquisição de equipamentos. "Além do tokamak do Inpe, também temos a intenção de desenvolver uma outra máquina, mais moderna do ponto de vista de pesquisa, mas ainda não decidimos se ela será um tokamak ou outro tipo de dispositivo para a obtenção de fusão termonuclear", disse Martins.

Segundo Ludwig, do Inpe, o tokamak é hoje uma das alternativas que representam menor impacto sobre o ambiente para a produção de energia em grande escala e a mais interessante para a consecução de reatores compactos de fusão, pois não utilizam urânio enriquecido como combustível. A fonte de energia dos reatores a fusão são os elementos deutério e trítio, retirados da água do mar.

A criação do novo Laboratório de Fusão Nuclear, segundo o diretor da CNEN, permitirá ainda que o Brasil crie uma massa crítica nessa área, uma vez que os atuais grupos de pesquisa estão pulverizados e espalhados em diversas instituições e universidades do país "Além dos servidores do Inpe, o LNF também vai abrigar os pesquisadores de outras instituições e os novos profissionais que serão contratados por meio de concurso público."







Com uma estrutura mais organizada, segundo Martins, o Brasil poderá se capacitar de maneira mais coerente e ágil e participar de projetos internacionais do porte do International Thermonuclear Experimental Reactor (Iter, na sigla em inglês), o maior tokamak do mundo, que está sendo construído por meio de uma cooperação internacional envolvendo vários países. "O Brasil e a Comunidade Europeia de Energia Atômica (Euratom) firmaram, em novembro de 2009, um convênio para que pesquisadores brasileiros possam ter algum tipo de colaboração no Iter ou em outros tokamaks, como o Jet, da Inglaterra", disse Edson Del Bosco, membro do Comitê Técnico-Científico da Rede Nacional de Fusão.

Do ponto de vista europeu, segundo Del Bosco, o acordo já está em vigor, mas no Brasil ainda é necessário que o convênio seja ratificado pelo Congresso Nacional para que ele tenha força de lei. O acordo prevê, de forma geral, uma cooperação técnico-científica do Brasil com a Euratom na área de fusão nuclear.

O coordenador das atividades de Fusão do Inpe, Gerson Ludwig, disse que o novo Laboratório da CNEN também poderá abrigar experimentos e pesquisas inovadoras na área de fusão nuclear. "Um dos projetos que estou trabalhando, por exemplo, é o de um reator de fusão para a geração de radioisótopos, como o molibidênio 99, usado em medicina nuclear (exames de diagnóstico de câncer e outras doenças) e atualmente em falta no mercado mundial.






Ratificar este convênio com os europeus seria interessante para o Brasil , mas não vital para termos esta tecnologia no Brasil.
Mas que este seja um dos futuros da energia renovável em nosso planeta não existem duvidas, pois estaremos utilizando a matéria mais abundante do universo para gerar energia limpa, o Hidrogênio, e assim creio que não teremos mais que fazer guerras por energia no futuro, nem com as outras espécies inteligentes que devem estar por ai...


Valeu!!


FRANCOORP.
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